18/12/2014 – Abertura de Fórum debate escassez de água e saneamento
No primeiro dia do Fórum das Águas – Escassez Hídrica e Saneamento – Impactos e Oportunidades, nessa quinta (04/12), autoridades políticas e representantes de órgãos públicos e privados, apresentaram a situação de escassez no estado e discutiram a busca de alternativas para o problema. O evento, promovido pelo Consórcio Intermunicipal da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba (Cibapar), em parceria com o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), acontece no Instituto Inhotim, em Brumadinho.Na abertura do Fórum, a Diretora-Geral do Igam, Marília Melo, chamou a atenção dos participantes para a importância de se discutir o assunto. “Estamos vivendo um momento de estiagem que nos obrigou a reinventar a gestão dos Recursos Hídricos em Minas Gerais. Nosso objetivo nesse Fórum é discutir as principais dificuldades enfrentadas nesse cenário, avaliar a realidade e definir ações de médio e longo prazo”, disse.
Foto: Tulio Costa
O objetivo do Fórum foi discutir as principais dificuldades enfrentadas no cenário hídrico
Participam do Fórum autoridades políticas e representantes de órgãos públicos, comitês de bacias hidrográficas, sindicatos, associações, empresas privadas, produtores rurais, entidades e estudantes universitários. “A presença de todos os setores no evento é muito importante para que possamos discutir o problema da escassez. Esse momento é apropriado para os debates, precisamos mudar o enfoque, abordar temas novos como a qualidade da água, que envolve o saneamento, a transposição de águas e o uso da água nos diversos setores”, disse o Secretário Adjunto de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Danilo Vieira.
A Palestra Magna contou com a presença do Assistente da Diretoria de Operações da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará (COGERH), Bruno Rebouças, que apresentou o trabalho desenvolvido pelo governo do Ceará, diante da estiagem naquele estado.O diagnóstico do período de estiagem em Minas Gerais e a avaliação do gerenciamento em cenário de risco foram apresentados pela Diretora-Geral do Igam, Marília Melo. Ela demonstrou as perspectivas mundiais com relação à gestão dos recursos hídricos, os desafios brasileiros e a situação do estado de Minas. De acordo com Marília Melo, “apesar da escassez vivida este ano, o Brasil ainda tem uma situação confortável com relação à disponibilidade hídrica”, disse.
Já em Minas Gerais, a Diretora argumentou que a situação apresentada em 2014 pode ser avaliada como um acúmulo de déficit de chuva nos últimos três anos, que foi muito menor do que o esperado. Diante dessa situação, o Igam vem trabalhando para gerenciar os conflitos pela água. Diversas ações veem sendo desenvolvidas como a articulação com outros setores; a produção quinzenal de boletins informativos de estiagem que servem de subsídios para os municípios que enfrentam a crise, além de subsidiar as ações dos comitês de Bacia Hidrográfica e das Defesas Civis municipais e Estadual; a publicação de um Edital diferenciado para o Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais (FHIDRO), com propostas de ações para enfrentar a escassez de água; o estabelecimento de critérios para operação e implantação de equipamentos para monitoramento e para gestão das informações de reservatórios de abastecimento e do setor elétrico, por meio de resoluções, além da proposta de contratação de um Plano de Segurança Hídrica para o Estado de Minas Gerais em 2015.
Marília Melo afirmou que a previsão de chuvas para os próximos três meses está dentro da média esperada, mas que isso não é suficiente para recuperar o nível dos reservatórios e rios em Minas. Diante da situação, a diretora alerta para os desafios a serem enfrentados com relação à gestão da demanda e da oferta de água. Algumas medidas como os critérios de uso eficiente vinculados à concessão de uso da água, além de mecanismos para tornar a cobrança pelo recurso hídrico num instrumento de racionalização; a criação de mecanismos de bonificação; o reuso da água pela indústria e agricultura e o uso de tecnologias e apoio técnico foram apresentadas.
Milene Duque
Ascom Sisema